Estrelas da Lua

-Tu! – Repetiu.
-Não me repitas.
-Não estou a repetir-te.
-Como queiras. – Mudei de cara para o amigável. – Precisas de ajuda?
-Porque precisaria?
-Olhavas de um lado para outro como estares a esconder… Algo assim.
-Não! Eu estou bem! Só tenho uma pergunta…
-Diz.
-Como me viste? – Olhou para mim curioso. Era extraordinário como ele perguntava isso. Queria que fosse cega? Ou queria que ele fosse invisível. Só pode!
-Olha-te para o espelho porque acho que ainda não tiveste oportunidades.
Ele olhou para o espelho e ficou espantado. Ate parecia que nunca tinha visto no espelho. Ou ficou admirado com o que viu? Ele dirigiu-se mais para o espelho que ficava em cima do lavatório comprido e começou a apalpar-se na cara. Fiquei sem saber o que disser.
-Estas bem? – Perguntei preocupada.
Ele voltou para trás bruscamente e pegou-me na bochecha descendo-me ficando do seu tamanho que com certeza era de 1,40 metros. As nossas caras quase ficaram-se coladas. Os seus olhos verdes brilhavam.
-Tu nunca me viste.
-Eu nunca te vi…
-Sim, tu nunca me viste. – Fazendo uma cara diabólica.
-O que? Porque? Como os teus olhos são lindos. – Perguntei e olhava admirada.
-O que? Não estas hipnotizada? Mas quem és tu? – Estranhou.
-Sou a Eva. Tenho 16 anos. – Sorria.
-Eve… - Tem um pensamento.
-Estas bem? – Perguntei de novo.
-Sou o Akira. Tenho 10 anos.
-Akira… Não é nome de menina?
-Não! Akari é que é nome de menina!
-Mas não é a mesma coisa?
Ficamos a discutir durante minutos. Depois ele calou-se e olhou-me atentamente. Alem de esquisito era misterioso. Ele disse que não precisava de ajuda. Não queria contar porque agiu daquela forma quando fui ter com ele. Pediu-me para que não contasse a ninguém o que aconteceu entre nos, principalmente que falara com ele ou que lhe tinha visto. Perguntei porque, mas ele só se limitou a disser porque sim. E que perguntava demais. Depois disso fiquei calada.
-Sabes que estas na casa-de-banho dos rapazes certo? – Perguntou.
-O que? Estas a brincar! – Saí a correr dali.
Ele riu-se e foi atras de mim. Fora da casa-de-banho continuou-se a rir-se de mim e confesso que tem um lindo sorriso alem dos olhos chocantes verdes. Parou-se de rir e olhou-me cara seria. Bolas! Já estava feliz por ter mudado de humor e ter rido. Agora está serio e esquisito de novo.

-Akira? – Chamou uma rapariga mais velha, supostamente de 17 anos, com o cabelo mais escuro do meu e comprido.
-Ayaka? – Respondeu o Akira espantado.
-O que fazes aqui? Devias estar em casa! Não acredito que me seguiste! – Raiava com o Akira ate quando olhou para mim e calou-se.
-Ola, sou a Eva. – Apresentei.
-Eve. – Tosse Akira fingindo para corrigir o meu nome por um que me deu.
-Ola… Sou a Ayaka. – Respondeu timidamente. Era uma rapariga linda de cabelo liso escuro. – Irmã do Akira.
Por dentro gritava “O que?????”. Pois quem diria que ele tinha uma irmã muito mais velha. Mas o que eu tenho haver com isso? Ela tirou os óculos escuros e vi que ele e o Akira tinha olhos diferentes. Mas tinham em comum uma pedra no fundo dos olhos que brilhava secretamente. Os olhos dela eram escuros.
-Prazer. Vejo que o Akira já não precisa de mim. Vou-me embora. A minha amiga deve estar a minha espera. Foi um prazer Akira. – Disse logo depois olhando para a Ayaka. – Ayaka. – Sorri.
-O prazer é nosso. – Disse a Ayaka de modo educado.
Fui-me embora. O Akari não me respondeu. Pelo clima da conversa deles. ele esta em sarilhos. Gostei da Ayaka. Espero que encontro-os novamente. Fiz o caminho para o bar. Pedi uma água fresca, pois precisava. Depois fui ter com a Elisa.
-Finalmente! Perdes-te no caminho? Já ia a tua procura. – Festejou a Elisa.
Expliquei-a o que tinha acontecido. A partir de quando mudei de rumo ate quando deixei os irmãos. Contava tudo como se tivesse vivido uma aventura. Ao qual ate vivi.
-Por favor, dirijam- se para os seus devidos lugares e apertem os cintos. Vamos aterrar. Obrigado. – Informou o Piloto.
-Finalmente! A viagem terminou!
Eu e a Elisa apertamos o cinto e esperamos que aterrasse. Quando dirigia-mos para a saída da nave, tentei procurar o Akira e a Ayaka e não os encontrei. Devem ter sidos os primeiros a sair foi o que calculei. Saímos da nave e fomos pegar nossas malas. Meu pai já estava a nossa espera. Quanto aos pais da Elisa, eu acho que não vieram. Nem sei se estão aqui. A Elisa disse-me algo que eles tinham-se viajado e que voltavam amanhã, não sei muito bem, depois pergunto-a.
-A mãe mandou-me disserte que se não te despachares para voltar a casa, ela irá deitar todas as tuas coisas fora e arranjar um novo marido. – Gozei.
-Então diga a tua mãe que eu vou ficar. – Troçou meu pai em resposta percebendo minha jogada.
Ele levou-nos a passear no seu gigante carro preto. Visitamos toda a Terra. Bem, quase toda a zona de Portugal que estávamos. Não sabia que em Terra havia muitos outros países. É que em Lua, as coisas são diferente. Há zonas, simplesmente isso. Depois deu-nos um cartão de credito e nos deixou no shopping. Disse que saberíamos como ir para casa. Ate parece que ele nos pus na rua. Mas ainda bem que nos deixou na rua com um cartão de credito.
-Bora gastar?
-Bora prás pastelarias! – Respondeu Elisa já sonhando com a comida.
-Gulosa, é com roupas.
-Ham ok… - Disse a Elisa triste.
-Mas a outra metade pode ser com comida.
-Fixe!
Fizemos muitas compras e comemos muitas coisas deliciosas! Depois decidimos ir para casa, apesar de não sabermos onde ficava. Mas antes disso, fomos para um parque. Vimos muita água depois de um boa quantidade de terra branca. Foi amor a primeira vista. Apaixonei-me por aquela água azul quase transparente calma. Queria flutuar nela. Meu corpo estava possuído, desejava ir para aquela água sem nome. Levantei-me em sua direcção sem olhar de um lado para outro quando sou atropelada por uma bicicleta. Elisa foi a correr ao meu encontro. Quando abri os olhos lentamente, vi um anjo que tinha descido das nuvens ou pelo Sol. Brilhava muito! Oh, afinal era os raios do Sol que o faziam brilhar e era simplesmente um humano. Mas um ser-vivo lindo, de cabelo escuro e olhos verdes. Foi segundo amor a primeira vista!
-Vê por onde é que andas garota! – Resmungou o rapaz.